quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Literatura - Quinhentismo

Pra começar: O Quinhentismo se chama quinhentismo porque? Oras... se chama assim por que são os textos escritos no século XIV, ou seja... lá pra 1500 e bolinhas!
Falando de Brasil é até complicado chamar de literatura, já que não são produções com caráter muito artístico: se trata exatamente de Literatura de Informação, e é esse o nome dado as manifestações literárias ocorridas em território brasileiro durante o século XVI.
Mas e se levarmos em consideração a Europa? Não iremos ver Quinhentismo Europeu, falaremos de Humanismo e Renascimento, lembraremos de mercantilismo, reforma protestante, contra-reforma católica, Inquisição, jesuítas! que foram alguns dos "credores" da Expansão Marítima, que troxe a portuguesada pra cá pra dar pitaco na falta de roupa do índio... Não esqueçam também que o Brasil não foi explorado assim de cara, as colônias orientais de início eram mais vantajosas, e o Brasil só virou a menina dos olhos portugueses quando outras nações começaram a se engraçar pra esse lado da América.

Esse período, o Quinhentismo brasileiro, se divide em duas.

*Literatura puramente informativa, de caráter documental, sem valor literário, pois apresenta como objetivo informar sobre a nova terra, habitantes, costumes, e principalmente, riquezas que pudessem ser exploradas, tendo como exemplo as cartas de Pero Vaz de Caminha, com o olhar do estrangeiro, visão de mundo na ótica do outro, (o Brasil, que nem tinha esse nome ainda, seria apenas “objeto” exótico).

*Literatura Jesuítica, didática, para catequizar os índios, como exemplo temos José de Anchieta com sua religiosa e poética e Padre Antônio Vieira com seus sermões, aplica a retórica jesuítica para trabalhar idéias e conceitos.

Tenha em mente que essa "literatura" era escrita aqui na Ilha de Vera Cruz por portugueses, e veiculada principalmente na Europa

Como características podemos citar o nativismo, que seria a exaltação de tudo que fosse pitoresco e exótico. (sabe criança quando ganha um brinquedo novo e tá descobrindo como brincar com ele? então... assim.).
Se figurou por aqui também um certo Nacionalismo por parte dos lusitanos, uma certa afeição pela terra, traduzida num ufanismo descritivo. Visão edênica da terra, transformando-a num paraíso, com o objetivo de estimular a vinda de colonos para nela trabalhar. (imaginem aquelas propagandas enganosas pra pegar pato...)
Enfim... como principais cronistas a gente pode citar o Pero Vaz de Caminha, que fez a tão conhecida carta a el-Rei D. Manuel; Pero de Magalhães Gândavo, que foi responsável pela história da província de Santa Cruz, a que chamamos hoje de Brasil; Gabriel Soares de Souza, que fez tratado descritivo do Brasil; Fernando Brandão, que escreveu diálogos sobre as grandezas do Brasil.

Quanto a Literatura Jesuítica... podemos dizer que teve o espírito da contra-reforma europeia (com o crescimento das protestantes, a Católica viu na Expansão Marítima possibilidade de recobrar forças conquistando fiéis em outros lugares). Pois então, no séc. XVI, a companhia de Jesus era uma ordem da Igreja Católica que não media esforços em relação a expansão da fé cristã, nas terras de além mar. Empenhando-se na conversão religiosa dos nativos das colônias. Catequese e cristianização, teatro popular de aspecto moral e religioso, sermões, poemas, crônicas e hinos religiosos e por aí vai.Os principais cronistas Jesuítas são:

*Pe. Manuel da Nóbrega (relata a chegada da primeira missão jesuítica ao Brasil em 1549 marco da literatura jesuítica no Brasil.);

*Pe. José de Anchieta - apóstolo do Brasil (escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais. Sua produção literal está vinculada ao zelo pela expansão da fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do auto medieval em conjunto com elementos da cultura indígena. Mostrando cenas de duelos entre anjos e demônios, pois assim, ficaria mais fácil o aprendizado das lições religiosas. Embora, tenha usado modelos europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura indígena, resultando na criação de um “estilo” tipicamente brasileiro. Sua obra apresenta simplicidade, religiosidade e indianismo.).

E por que diabos eu tenho que saber disso?
Sabendo essas coisas é possível entender porque o Brasil é um país essencialmente católico (mesmo que de uns anos pra cá as protestantes tem ganahndo espaço); também podemos deduzir muito sobre o povo brasileiro (os primeiros portugueses que vieram para cá eram aquelas pessoas de caes - tipo, lembra de "Piratas do Caribe" quando o Sparrow está recrutando marujos... vocês lembram o nipe das figuras, né?); enfim... tantas outras coisas, e é esse tipo de raciocínio que é requerido nos vestibulares públicos!!!
Fico por aqui galera
bjo pra vocês, e um ótimo feriadão para vocês

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